Além das duas apresentações no Warehouse, espontaneamente tocamos nos jardins da Independence Avenue, a principal avenida de Windhoek, para mães e crianças do povo Himba, que habita o norte da Namíbia.
Durante três semanas por ano elas visitam a cidade para mostrar sua cultura e artesanato. Foi um grande prazer levar a este povo de origem tão remota, que fala apenas seu idioma tribal, a música de raiz brasileira, comunicando-nos pela boa vontade em trocar experiências e sendo correspondidos com sua sensiblidade e carinho...
Elas pararam as suas atividades, chamaram as crianças e reuniram-se para ouvir, entendendo que naquele momento especial, a cultura brasileira e a cultura Himba encontravam-se pela primeira vez...
http://www.republikein.com.na/kollig/hou-saam-karnival.72509.php
Seguindo viagem voamos sobre Angola, Congo, Gabão e outros países, levando na bagagem a música brasileira, que vai absorvendo as culturas que conhecemos. Na Namíbia, o som da Mbira, instrumento muito especial na música de Sophia Kaereho, influenciou um de nossos arranjos que mistura músicas folclóricas de Cabo Verde, Perú e Bahia.
Chegando a Nigéria, fizemos apresentações em duas cidades: Abuja e Lagos. A Nigéria é um dos países mais populosos e ricos da Àfrica. Fica situada abaixo do deserto do Sahara. Tem clima úmido e quente com muita vegetação e rios, assemelhando-se ao Brasil.
O idioma oficial é o inglês, porém com mais de 300 etnias é muito comum ouvir os idiomas das 3 principais etnias que são: Alsa, Yibo e Yorubá.
A cultura Yorubá é muito conhecida no Brasil, principalmente na Bahia. Muitas palavras do nosso vocabulário tem origem na cultura Yorubá e as entidades do candomblé são originárias desta cultura. Lá encontramos o bolinho de acará, ancestral do acarajé baiano, e o xinxin de galinha que é igualzinho ao daqui.
Os nigerianos são bambas nos tambores. Dizem que na cultura Yorubá quase todas as palavras podem ser tocadas e desta forma a comunicação entre os povos vence distancias desde a Antiguidade.
Os instrumentos musicais são muitos: Marimbas (com cuias para vibrar o som), Djambés, Talking drums, Batás etc...
O povo muito simpático ama o samba brasileiro. Muito musicais receberam-nos com curiosidade nas ruas, nos mercados locais e também nas apresentações, onde surpreenderam-se ao saber que a musica no Brasil não é só samba...
Na capital Abuja, o Salão do Hotel Sheraton lotou na solenidade pela Semana da Pátria, no dia 10 de setembro. Reuniu representantes diplomáticos e adidos militares de vários países, onde a tônica foi a música de raiz brasileira. A alegria contagiou a todos levando a festa para além do horário previsto, fato incomum em eventos formais naquela capital.
Em Lagos, a apresentação no MUSON Centre da Musical Society of Nigéria, no dia 12 de setembro, também foi um sucesso. Graças ao apoio e a competência técnica da Direção e seu staff o resultado foi uma das melhores apresentações da temporada. Segundo a Direção do MUSON nossa passagem por lá abriu espaço para a apresentação de outros músicos brasileiros.
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